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MELHOR MOMENTO PARA PLANEJAR A SUCESSÃO

Uma dúvida que aflige fundadores e gestores de empresas familiares incide em quando é recomendável começar a planejar a sucessão? Dúvida legítima que, dependendo da decisão tomada, pode influenciar positiva ou negativamente os resultados do processo sucessório e o futuro da empresa.


Estudiosos sobre empresas familiares afirmam que, quanto mais cedo o dono começar a planejar, maiores serão as probabilidades de sucesso. Porém, um marco mais realista sobre um bom momento para considerar o planejamento sucessório é quando fica evidente que a empresa tem bases sólidas e boas perspectivas no longo prazo, é durável e convém mantê-la na família.


Segundo consultor João Alberto Teixeira, o momento ideal para realizar o planejamento é quando está tudo bem com a família e quando está tudo bem com o passivo da empresa.


Não é recomendado buscar o planejamento sucessório para solucionar as desavenças e problemas financeiros já existentes, visto que, em momentos de discussões sobre pontos delicados da sucessão, se não houver um conhecimento prévio por parte dos familiares ou acompanhamento de um profissional experiente, há possibilidades dos envolvidos travarem o processo de tomada de decisão, além de surgirem com conflitos que acabem em litigio ou até mesmo agressões verbais e físicas.


Também, não se recomenda, um planejamento sucessório realizado de forma unilateral e implementado de forma autoritária pelo fundador ou futuro sucedido, sem o envolvimento dos possíveis sucessores e outros envolvidos na empresa familiar, não é o ideal e deixa a empresa exposta. Por exemplo, se o sucedido vier a falecer não conseguindo fazer com que as regras do planejamento sucessório imposto por ele sejam cumpridas, pode haver conflitos de qual caminho seguir ou, alguém que se sentia injustiçado com a decisão do sucedido, pode iniciar disputas para fazer valer suas ideias e convicções.



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Lembrando que o planejamento sucessório é um processo com diversos acontecimentos (em sua maioria emocionais) e não um evento pontual. Se ele for realizado de forma adequada, pode potencializar o relacionamento familiar e garantir a perpetuidade da empresa. As reuniões e fóruns de discussão do planejamento sucessório possibilitam que os envolvidos expressem suas preocupações e seus pontos de vista sobre assuntos que antes eram evitados, alinhando interesses e estabelecendo normas/regras adequadas.


Para os autores Casillas, Vazquez e Diaz, existem algumas regras a serem seguidas no planejamento do processo sucessório:


1) Preservar a empresa – manter a serenidade e bom senso para proteger a empresa;

2) Agir conforme os números – considerar os custos, ganhos e perdas, segmentos e projeções na tomada de decisão;

3) Não evitar as decisões difíceis – os donos ou presidentes de empresas devem assumir tanto as recompensas quanto as dificuldades derivadas do poder de tomar decisões mais importantes;

4) Planejar e administrar estrategicamente – planejar para o longo prazo, tendo um plano completo e enfrentando as modificações que serão produzidas na empresa com a transição

5) Conhecer a lei e obedecê-la – aja na legalidade sempre;

6) Não ignorar nenhum detalhe – não é preciso perfeição, mas uma grande dose de esforço para lidar e administrar os detalhes;

7) Restringir-se ao programa – estabelecer um plano e segui-lo, evitando alterações por impulso;

8) Confie em sua intuição e em seu bom senso comercial;

9) Não acelerar demais – acelerar o processo de sucessão pode ser tão perigoso quanto agir lentamente;

10) Observar atentamente o ponto de equilíbrio – no processo de transferência da propriedade e da administração de uma companhia, o ponto de equilíbrio é alcançado quando a geração em exercício e a seguinte estão de acordo;

11) Controlar o processo de transição – observar e avaliar para ajustar e corrigir se necessário;

12) Dite normas e estabeleça condições – toda empresa familiar deve elaborar as próprias normas, procedimentos e condições para reger a transição, de acordo com suas circunstâncias específicas;

13) Normas são necessárias – ao saber sobre suas possibilidades e limites as pessoas agem de maneira mais livre e coerente, reduzindo a probabilidade de discussões e decepções. Normas justas, construtivas e razoáveis requerem reflexão, tempo e paciência para serem estabelecidas consensualmente;

14) A autoridade implica responsabilidade;

15) Marcos e postos de controle – traçar uma lista de acontecimentos-chave para a transição entre as gerações durante o processo de sucessão é essencial para medir a eficácia do plano e dos indivíduos que desempenham papéis importantes na execução desse plano.


Vale ressaltar que cada empresa familiar apresenta uma realidade diferente, de modo que não há uma receita de bolo, uma regra clara de quando deve iniciar o planejamento sucessório, que envolve a transferência da gestão como do patrimônio da família, mas há momentos e formas que se mostraram mais adequados para se fazer.

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